Essa semana falei um pouquinho com minha melhor amiga do colégio. Ela é mãe de 1ª viagem de um bebê de 6 meses e comentou que estava complicado trabalhar em casa e cuidar do bebê ao mesmo tempo, já que ela teve que tirá-lo da escolinha. Como mãe-insegura que [pelo menos de vez em quando] todas nós somos, ela comentou algo sobre estar preocupada com o fato dele dormir um pouco mais e perder a hora do suquinho, e me perguntou o que eu achava. Eu disse a ela que não sou a melhor mãe pra falar desse assunto, que sou uma mãe-louca e passei a refletir sobre a minha maneira de "ser mãe". Então resolvi organizar meus pensamentos aqui. Nada a ver com ela ou com ninguém: são apenas as minhas reflexões. Sou só eu pensando alto. Minha auto-auto-ajuda.
Eu não tenho a mínima neura com nada relacionado a meus filhos, exceto quando o assunto é comportamento e educação. Não me estresso com alimentação, com horários, com eles jogando videogame ou no computador. E não me sinto uma mãe relapsa ou relaxada por isso. Durante a semana, óbvio, tudo segue um padrão e uma rotina. Temos horário de acordar, de sair, de voltar pra casa, de tomar banho, de comer, de fazer lição, de desligar a TV e de dormir - sem contar os horários na escola, mais fiéis que os nossos. Mas não sou inflexível. Todos os dias vamos pro banho assim que chegamos em casa. Não se faz nada antes. Mas não significa que, se trouxermos uma pizza, por exemplo, o banho não possa ser depois - ou comeremos pizza gelada. Ou que um dia ou outro não possam ver mais 10 minutos de TV - já que 21:40h não é tão tarde assim. E aí, como a vida já tem que ser tão certinha durante a semana, eu dou um desconto nos outros dias, oras! Nós temos "obrigação" de acordar todos os dias às 06:30h, os meninos por volta das 07:15h (e não, eu não me sinto mal ou "menos mãe" por ter que sair pra trabalhar. Pelo contrário!), então por que raios nós precisamos acordar cedo também nos finais-de-semana??? E, se levantamos às 9h, 9:30h e vamos tomar café às 10h, 10:30h, por que eu almoçaria ao meio-dia como nos outros dias??? Ninguém tá com fome meio-dia! Funciona da mesma maneira com a TV na noite de sexta e sábado, quando eu deixo Thierry assistir "até a hora que quiser" (porque ele dorme antes das 22h mesmo) e Fabrício até umas 23h, 23:30h. E também com o videogame/computador que os dois (sim, os dois!) podem jogar de vez em quando - sob supervisão. Esse "no stress" rola também com o que e quanto eles comem. Não, meus filhos não podem comer doce antes da refeição ou se não comer direitinho - o que não quer dizer necessariamente "raspar o prato", ok? Eu nunca fui a favor de impor a quantidade a ser comida. Nem o que vão comer. Fabrício, por exemplo, adora feijão com farinha. E, se come 2 porções de uma refeição balanceada, 2 vezes por dia na escola, que mal há em permitir isso no sábado ou no domingo? E estão aí os dois que não me deixam mentir, tão saudáveis que eu nem sei qual foi a última vez que ficaram doentes - só tenho certeza que não foi esse ano. Hospital, há meses, só pra consulta de rotina. E a última "bronca" que levei do pediatra (que, a propósito, eu adoro, já que ele cansa de falar que não vai falar o que a mãe quer ouvir, mas o que ele acha que tem que falar. Enquanto muita mãe não aguenta ouvir a verdade e troca de médico, é justamente por isso que continuo com ele) foi justamente quando eu disse que estava "um gordinho e outro magrinho". Ele me disse que não tem nada disso: os dois estão ótimos, saudáveis e com o desenvolvimento perfeito. As mães é que têm mania de achar algum defeito.
A coisa muda totalmente de figura quando o assunto é comportamento e educação. Thierry fica muito tímido quando chega no meu trabalho ou no do pai, então abaixa a cabeça e não responde quando as pessoas dão bom dia. Ou então eles se entusiasmam com um presente e esquecem de agradecer. E é o tipo de coisa que eu não gosto de deixar passar: cumprimentos, "com licença", "por favor" e "obrigado" são obrigações de qualquer ser humano! E eu detesto que, em certos lugares, eles falem alto, façam brincadeiras estabanadas, corram, etc, como aquelas crianças de 2 posts atrás. O problema é que, muitas vezes, com medo de ser permissiva demais - coisa que abomino - acho que sou muito rígida, acabo me arrependendo e "afrouxando" um pouco. O pior: comecei a perceber que, com medo deles serem injustos com outras crianças, EU sou injusta com eles; muitas vezes só percebo tarde demais que não dei razão e eles estavam certos. Minha mãe conta que, quando eu era pequena, com esse meu jeitinho "delicado" de ser, eu "sentava a mão" nas minhas primas, que reclamavam pra ela, que brigava comigo. E ela começou a reparar que as meninas me provocavam justamente pra que eu batesse, elas reclamassem e minha mãe brigasse. Então ela parou de brigar. E eu já me peguei fazendo o mesmo, uma vez. Quando percebi, parei. Do mesmo jeito que quase 30 anos atrás, deu resultado. As brigas não pararam, mas também não há provocação nem deduração - só reclamação por parte dos meus. Muitas vezes esqueço, mas tenho feito o possível pra não me intrometer em brigas - apenas quando o lance passa a ser físico. Acho que faz parte do crescimento buscar seu espaço - mas nem era esse o assunto, um dia ele volta. Of course não dá pra citar todas as situações da vida aqui (aliás, será que alguém "guentou" ler até aqui???), mas acho que deu pra entender. Resumindo: eu me preocupo que meus filhos sejam crianças educadas e agradáveis, que todos querem por perto. Não suporto pensar que um deles seja o elemento da frase que eu tanto uso, mesmo em pensamento: "ih, lá vem o fulaninho..." Felizmente, parece que tô conseguindo.
Finalizando o raciocínio, só posso dizer que sei que não sou a mãe perfeita - longe, bem longe disso. Mas, com as crianças felizes, saudáveis, queridas e educadas que tenho, posso dizer que estou muito bem, obrigada.
PS.: Simone, me desculpe. Só agora vi que quase copiei seu último título! Mas não vou mudar não... hehehe!