Site Meter Três e eu: Madame-louca, a missão!

1 de junho de 2011

Madame-louca, a missão!

E então sábado teve reunião na escola do menino maior. E eu não vim aqui comentar as notas dele (que são ótimas, por sinal. Orgulho²!!!!). Vim comentar que no meio da reunião surgiu o assunto mais temido pela maiora dos pais: sexo, namoro, beijo e cia ltda. Gente, é ÓBVIO que essas crianças estão numa fase de descoberta, onde tudo é curioso, novo, diferente!!! Eu até hoje acho meio "estranho" uma pessoa ter outra pessoa crescendo dentro dela, confesso. Imagine então uma criança de 6 ou 7 anos que não faz a menor ideia de como ela chegou lá! Eles também estão descobrindo o outro, percebendo que a sexualidade faz parte de nós, crianças nessa idade começam a "gostar" umas das outras e nem sequer têm muita ideia de como ou porque isso acontece. Mas acontece! E uma mãe levantou a mão dizendo que o filho tinha dito que ia "transar" com uma menina. Ela ficou horrorizada, disse que é "travada" e não consegue falar com ele sobre "esses assuntos" (e, convenhamos, quem de nós, mães-mortais-não-profissionais-da-infância-ou-da-psicologia consegue com facilidade???). Já tremendo, perguntou ao menino o que a palavra significava, e ele respondeu que é quando o pai senta do lado da mãe no sofá e beija na testa dela (???), ou algo parecido. Ela respondeu que era isso mesmo, é tudo lindo e eles foram felizes para sempre (isso depois de contar que, quando o filho perguntou de onde vêm os bebês, ela disse que era "do amor do papai e da mamãe" e mudou de assunto). Mas ela queria, na verdade, saber se já surgiu o assunto nas rodas de conversa que eles fazem diariamente. A resposta foi que não surgiu, mas, se surgir, elas não vão mentir. Eu levantei minha mãozinha e disse que acredito que eles não têm muita ideia do que está acontecendo - citei o caso do Thierry, cujo amigo foi perguntar se ele queria namorar com uma outra menina, e namorar seria só tomar lanche junto, conversar, etc. Eu acho que somos nós que supervalorizamos a situação, que tiramos conclusões baseadas na nossa vivência e que eles ainda não têm muita noção do que as coisas significam. E acho que nós não devemos sonegar a informação, senão eles ficarão mais curiosos ainda! Mentir, então, nem pensar! Afinal, a sexualidade faz parte de todos nós, é uma coisa normal e saudável, não acho que tem nada de "feio" ou "pecado" nisso (mas né? Não vamos abusar e vulgarizar!). E eu prefiro que ele saiba a verdade por mim, de maneira clara e correta, mesmo que eu fique nervosa e gagueje, o que é normal. Alguns comentários depois (e era a parte que eu mais queria contar), levanta uma mãe lááá no fundão, esbravejando. Adivinhem quem era... Quem? Quem? Quem? Sim, madame fura-fila!!! Com cara de poucos amigos, ela conta que a filha chegou em casa cantando "umas músicas horrorosas", uma que dizia que "não-sei-quem era biba" e outra que "falava um palavrão mesmo, terminava com C-U" e que ela QUERIA SABER onde é que a filha está aprendendo essas coisas, porque pra criança repetir "tem que ouvir muuuitas vezes". A professora, muito fofa e educada, respondeu sem-graça que "na sala de aula é que não é", e que "a escola não é Deus", não dá pra tomar conta de todas as crianças o tempo todo (vale lembrar que eles têm horário de recreio e só passam 4h e meia ali!). Eu SIDIVIRTO! Me deu uma vontade louca de levantar e gritar "SE LIGA, MINHA FILHA!!!!", mas só disse que a música chegou em casa também (é o "Baby", do Justin Bieber, que virou algo do tipo "vou te contar que o Justin é biba, biba, biba, oh!"), eu perguntei se ele sabia o que era biba, ele disse que sim, que era "gay", eu perguntei o que é gay e ele disse que é "um homem que gosta de outro homem". Eu confirmei, disse que é isso mesmo, que existe, mas que não é legal ficar cantando esse tipo de música. Pronto, sem polêmica, sem aguçar a curiosidade, sem falso puritanismo. Outra mãe confirmou que crianças não precisam de muita repetição pra "pegar" esse tipo de besteirol. Saí de lá indignada com a arrogância e a prepotência com que ela perguntou "onde é que a filha está aprendendo essas coisas", como se fosse a professora a ensinar na sala de aula. Vai ver ela está aprendendo na mesma escola onde está aprendendo que furar fila é perfeitamente normal, dona!

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