Site Meter Três e eu: Histórias da minha vida

4 de novembro de 2010

Histórias da minha vida

Quando eu engravidei do Fabrício, nós tínhamos um Uno vermelho 95, convertido a gás natural (na época o preço compensava muito, mas o pobre do Mille quase não andava). Ficamos com ele quase 4 anos, foi um companheirão que dava poucos problemas, apesar de pequeno e velhinho. Até a Florianópolis ele foi. Mas, como a família ia aumentar, precisávamos de um carro maior. Foi aí que o Escort entrou nas nossas vidas - infelizmente, como uma época a ser esquecida. O carro era lindo, 2 anos mais novo que o Uno, também a gás, enorme e perfeito. Sogro e cunhado foram conosco avaliar, e acharam que estava ótimo e bem pago (um pouco acima da tabela, mas valia). Mal saiu da loja, o carro começou a dar problema. Segundo eles, a garantia cobria só motor e câmbio, os dois únicos itens que não quebraram. Certa dos meus direitos, entrei com processo no Juizado Especial Cível (pequenas causas), acompanhada de um advogado para o qual EU trabalhava, procurando leis e jurisprudências na Internet. Ele mal abria a boca nas audiências. Como eles tinham bons advogados, perdi a causa - nem acordo consegui. Fiquei com o carro por 7 a 8 meses. Entre o valor de compra mais os custos com manutenção e consertos até o valor que consegui vendê-lo, perdi cerca de 12 mil reais. Abre parêntese. Brinco que até depois de morto ele deu problema, pois, quando eu achei que tava tudo certo, um rapaz foi à casa onde eu morava pra tirar satisfação sobre "eu" ter batido no carro dele - mas o carro já estava vendido e bloqueado por falta de transferência (porque eu já tinha "ganho" 7 pontos na carteira e perdido o recurso). Sorte que eu não morava mais lá. Fecha parêntese. Um dia, cansados de tantos problemas, com um filho pequeno e um bebê de 6 meses, praticamente sem carro e sem um puto no bolso, entramos num feirão da Fiat "só pra dar uma olhadinha", porque nunca quisemos carro zero. Saímos de lá com um, o mais barato e mais básico, pra pagar em 6 anos com a documentação embutida (e uns juros do cão), mas que nunca deu problema além dos desgastes naturais e manutenção.

Alguns meses se passaram e nós não aguentávamos mais morar naquela casa, naquele condomínio. O que a princípio eram detalhes, como a distância de tudo e o tempo que perdíamos no trânsito, começaram a se tornar insuportáveis. Resisti por algumas semanas, mas colocamos a casa à venda. Foram 3 longos meses com um entra-e-sai danado de gente, e eu tendo que manter a casa limpa toda a semana, porque sempre ia alguém pra ver. Se os 3 primeiros meses foram longos, os próximos 3 foram mais, até a compradora resolver todos os seus problemas existenciais e decidir, finalmente, assinar o contrato com a imobiliária. Olhamos vários apartamentos, mas o único pelo qual me apaixonei de verdade (neste mesmo condomínio), a dona desistiu de vender menos de uma semana após termos visto. Tínhamos 3 meses pra desocupar a casa, então tínhamos que achar logo um apartamento. Confesso que não me apaixonei por este, por ser dois dormitórios, mas quando decidimos por ele, fui me apaixonando aos poucos. Entre desocupar a casa e pegar a chave do apartamento, foram os 3 meses mais longos dessa história. Da chave à mudança, apenas 1 semana, tamanha a ansiedade e a necessidade. Se na mudança perdemos espaço, não dá pra descrever o quanto ganhamos em qualidade de vida.

Este mês faz 3 anos que trocamos de carro e 2 anos que vendemos a casa. Não consigo mensurar o quanto estamos mais felizes, leves e realizados que antes. Mesmo que as dívidas ainda demorem 3 e 28 anos e meio pra acabarem. Existem coisas que o dinheiro não compra. Pra todas as outras, existe financiamento.

(Sei que minha vida não é lá muito interessante. Mas eu adoro escrever. Mesmo que seja só pra mim.)

2 comentários:

Mari Petrocchi disse...

Pra nos provar que tudo no final dá certo, e se não der certo, é pq não chegou ao fim...

Andreia Cruz disse...

É amiga... acompanhei um pouquinho dessa história, é bem pouquinho, mas já pude me sentir participante... hehehe
Vc é uma lutadora e uma vencedora!!!
Bjos e te adoro demais!!!