Site Meter Três e eu: Madame fura-fila - o retorno

26 de maio de 2011

Madame fura-fila - o retorno

Incrível que a história de ontem tenha se repetido novamente hoje, exatamente no mesmo local, exatamente com os mesmos personagens. Dessa vez a madame-mãe (termo legitimamente roubado da Simone), carregando apenas duas das crianças (só uma é dela), se superou: entrou na nossa frente com sua linda cara de bunda, colocou dois pratos numa bandeja, esperou calmamente que a primeira senhora lhe servisse de arroz e feijão, que a segunda senhora lhe servisse de frango e berinjela, pegou o prato da salada, voltou para pegar os talheres, colocou na bandeja e, quando pensávamos que a graciosa pessoa já estava de saída, a madame volta para pegar uma outra bandeja, por cima do meu menino - que já estava com o prato dele na bandeja, pronto pra começar a ser servido - com um ar impaciente de "vocês estão me atrapalhando". Falei em alto e bom som: "Calma, filho! Tem fila, a gente tem que respeitar as pessoas que estão na fila!". Madame fura-fila nem se atreveu a olhar pro lado e, naquele momento, eu já estava pronta pra dar a primeira resposta atravessada que me viesse à cabeça. Coincidência demais esses segundos em que estávamos no mesmo lugar, e eu espero sinceramente que não aconteça de novo. Mentira, tudo mentira. Eu quero sim que aconteça de novo, quero muito. Porque farei questão de dizer que ela VAI TER QUE ESPERAR, já que meu filho e a dela vão pro mesmo lugar, pra entrar no mesmo horário, então temos a mesma pressa. Se ela não faz questão de ensinar pra filha dela que é errado passar na frente das pessoas que estão esperando há 20 minutos, eu faço sim questão de ensinar ao meu que é errado deixar qualquer zé-mané tentar tratá-lo como idiota.

P.S.: Essa "senhora" é a mesma que, ano passado, levantou a mão na reunião de pais e questionou se os livros da biblioteca eram adequados para a idade deles, porque ela e o pai não tiveram coragem de ler um livro de educação sexual que a menina levou pra casa. A biblioteca da escola tem uma parte "exclusiva" para o Fundamental I, que é uma graça: colorida, enfeitada, as estantes são adequadas à altura deles, há mesinhas, "puffs", os livros (adequados à faixa etária) são separados por assunto, há espaço para contação de história E contadora de história profissional, etc. Os livros de educação sexual são bem "realísticos", com ilustrações e  linguagem muito clara. Fiquei um pouco chocada vendo, mas sim, eles são adequados; nós é que talvez ainda não estejamos preparados para dizer a verdade a nossos "bebês". Marido trabalhou alguns meses lá e disse que algumas crianças (principalmente as meninas, que se interessam mais pelo assunto) até sabem de cór quais páginas estão faltando em alguns exemplares, como "a do homem em cima da mulher" ou "a da galinha botando ovo". Pra mim também não é fácil falar sobre o assunto, mas eu sou sincera quando ele (raramente) me pergunta. Mas provavelmente a madame fura-fila ainda conta a história da sementinha ou da cegonha pra filha. E, se a menina não vai aprender em casa nem a respeitar a fila, imaginem onde ela vai aprender sobre sexo.

P.S.2: Thierry, agora à tarde, quando entrei no carro para vir embora:
-Mãe, quem faz as leis?
-Depende... Os vereadores ou os deputados, blablabla...
-Então eu quero ser um desses...
-Mas que lei você quer criar?
-Uma lei pra ter uma fila de criança e outra de adulto no bandejão. Assim ninguém ia entrar na frente dos outros.

Parece que pelo menos ALGUÉM entendeu, né, "dona"?

Um comentário:

Simone disse...

Ai, que raiva! Ai, que absurdo! Eike Batista! E para que a raça das madames-mães seja definitivamente extinta, oremos.